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VISITAS SÃO BEM-VINDAS!! DIÁRIOS DE MOMENTOS, KANEKO

segunda-feira, 24 de junho de 2013

A Galeria de Arte

Veja as matérias publicadas sobre a exposição ''E já não está'', de Rosângela Dorazio, que acontecerá até dia 31 de Julho na Galeria de Arte e Fotografia Solange Viana.

Veja no Jornal d'aqui.
Veja no blog Esporte Regional Vargem Grante Pta.
Veja no Portal Viva.
Veja no Site da Granja.
Veja no Arte Informado.

Agende uma visita. 
De segunda a sexta, das 11h às 19h.
galeriadeartesolangeviana@uol.com.br ou pelo tel. 4777.0234



O que acontece na Galeria de Arte


A exposição "E já não está" que acontece até dia 31 de julho na Galeria de Arte e Fotografia Solange Viana, é destaque na Revista Circuito online.

Veja no site Revista Circuito.
Veja o que Rosângela Dorazio diz sobre a exposição, clique aqui





segunda-feira, 17 de junho de 2013

Abertura da exposição de Rosângela Dorazio

A exposição E JÁ NÃO ESTÁ, de Rosângela Dorazio, foi um sucesso! Quem passou por lá poderá dizer....
Até 31 de julho na Galeria de Arte e Fotografia Solange Viana. Venha visitar. Agende sua visita. De segunda a sexta, das 11h às 19h. 
galeriadeartesolangeviana@uol.com.br ou pelo tel. 4777.0234
Uma tarde maravilhosa entre amigos.

Agradecimentos especiais: Casa Palla e Casa Maria Soluções





























 As meninas da Casa Maria Soluções - parceria muito boa!
 as crianças são sempre bem-vindas!!

terça-feira, 11 de junho de 2013

Apresentação de Agnaldo Farias para exposição: E JÁ NÃO ESTÁ


 fotografar, desenhar, gravar: dilacerar

a pretensão da fotografia, já se sabe, é a suspensão do tempo ou, o que dá no mesmo, a condenação à morte de uma paisagem, do rosto de uma pessoa, de uma cena, coisas e acontecimentos banais ou singulares, não importa, algo que a câmera, simples ou sofisticada mas sempre uma câmera mortuária, fixa em seu interior, subtraindo o movimento que obstinadamente leva de roldão tudo o que há para os confins dos dias e noites;

e não pode haver beleza no movimento, já que essa, senão em ao menos no princípio, confinaria com a estabilidade, com a rigidez própria a arquitetura, aos retratos realizados em telas e nas primeira fotografias, aquelas que demandavam aos modelos horas intermináveis em poses paralisadas; o problema é que necessitamos de beleza e, na medida em que somos o que olhamos, conservamos algo da crença milenar, relembrada por Brodsky em seu livro sobre Veneza, que aconselhava a mulher grávida a olhar para belos objetos caso desejasse beleza ao seu filho;

como tudo que há no mundo se movimenta, criamos a arte como recurso à necessidade de instância, ao coágulo do tempo e, consequentemente, à calma; arquitetura, pintura, escultura podem ser formas de produção de imagens fixas; a fotografia também, muito embora, diversamente das outras três, pode demandar nada mais do que um simples instantâneo para a captura de algo que lhe é exterior; sendo assim haveria possibilidade da beleza habitar um fenômeno de superfície como esse? para servir de morada à beleza não seria necessário mais tempo de produção sob risco de uma queda no vácuo? por outro lado, quem disse que a beleza seja, afinal, necessária? 

as fotos / desenhos / gravuras de Rosângela Dorazio comentam esses impasses;  sobrepassando a condição das fotos como espelho de imagens mortas, um plano de inflexão do mundo que atua como depósito de instantes, a artista risca parcialmente cada uma delas, ataca com uma ponta seca, um lápis que prefere sequer trocar grafite com a superfície, os renques de árvores e de prédios que margeiam lagos, parques e veredas; vai dilacerando o papel que serve de suporte aos arranjos orgânicos e geométricos, escarificando-os a maneira de um gravador que abre sulcos numa chapa de metal ou madeira através de estiletes e burís;

a artista destrói as imagens quase sempre deixando um rastro delas  nos reflexos silenciosos de lagos e poças; as imagens, agora flutuando em superficies líquidas, carregam consigo o eco de imagens que não mais existem, o que serve como demonstração da impossibilidade de reter o visível, de que toda fotografia fundada na lógica do documento e do registro acena uma ilusão tão concreta quanto a nitidez das imagens estampadas.

não há nada lá agora, diz-nos Rosângela sobre suas fotografias, o que também vale para as fotografias em geral; havia e, no seu caso, a prova está em sombras e reflexos; e porque quer que haja, porque não se resigna a essa impassividade tão bela quanto ôca, a artista risca com violência as imagens, dilacera-as de modo a pretender vivificá-las, mesmo que o seu miolo seja essa matéria branca, inexpressiva, desimportante, agora encrespado, excitado pelos gestos, a beleza se desfaz, descongelada pela energia que volta a fluir.


Agnaldo Farias